sábado, 30 de julho de 2011

Negocie o salário hoje para não sofrer amanhã

Para especialistas,um acordo salarial ruim quando surge a proposta de emprego pode pesar no longo prazo    

       Negociar o seu salário? Com a atual situação da economia? Muitos trabalhadores em busca de emprego nos Estados Unidos ficariam deslumbrados ao receber uma proposta de trabalho. Mas devem achar penoso e mesmo arriscado barganhar sobre o salário com um desemprego tão elevado.


     As pesquisas mostram que, mesmo quando as condições econômicas são favoráveis, as mulheres em geral relutam mais do que os homens em negociar um salário maior que o oferecido inicialmente. Mas não negociar pode ser um erro cujas consequências se repercutirão ao longo dos anos, afirma Linda C. Babcock, professora de Economia na Carnegie Mellon University, especializada em negociação. Como a maior parte dos aumentos se baseia em reajustes porcentuais, ela observa, todos os aumentos futuros - assim como as contribuições para a aposentadoria - provavelmente serão menores do que se fosse negociado um salário maior logo de início.

     Algumas pessoas temem que uma proposta de emprego seja rescindida se ousarem pedir uma remuneração mais elevada, e que o empregador passe para o próximo candidato, afirma Barbara Safani, proprietária da Career Solvers, uma empresa de gestão de carreiras de Nova York. Entretanto, ela diz que isto é muito improvável, se você souber negociar de maneira razoável. No entanto, é fácil compreender por que a ideia de uma negociação salarial dá medo. É porque o empregador quase sempre tem todas as cartas do jogo, e poderá pedir que o candidato abra mão das poucas que tem, exigindo que revele prematuramente o salário anterior e suas expectativas quanto à remuneração.

     Em geral, se os empregadores tentam resolver a questão do salário no início da entrevista, o candidato deveria fazer todo o possível para adiar essa discussão, e, se pressionado a fornecer valores, deve procurar ser vago ao máximo, afirma Barbara.
     Quando a pessoa recebe uma proposta, não deve aceitá-la imediatamente, ela sugere. É perfeitamente aceitável dizer que, embora você se sinta entusiasmado com o emprego, precisará de alguns dias para pensar no assunto.
     Nesse meio tempo procure esclarecer as suas prioridades, aconselha Barbara. O mais importante para você é conseguir determinado salário? Ou é a duração das férias, o número de horas do expediente, o grau de responsabilidade ou alguma outra coisa? É importante que você reúna o máximo de informações sobre o cargo, antes da primeira entrevista e depois da proposta.

     E converse com todas as pessoas que conhece naquela companhia, ou de outras como ela. Não deve perguntar diretamente quanto ganham, afirma a professora Babcock. Mas pergunte: "Na sua opinião, qual seria um bom salário para este cargo?" Essa pesquisa ajudará a determinar o seu valor real no mercado de trabalho e poderá servir de base para decidir até que ponto está disposto a negociar - mesmo que agora você esteja desempregado. Em geral, quando o candidato está disposto a negociar, "não peça quanto você quer, peça mais do que você quer", diz Babcock. "Você pode pedir pelo menos 10% a mais do que lhe é oferecido".

     Limite. Às vezes, entretanto, o empregador tem um limite salarial que não pode ultrapassar, observa Rusty Rueff, especialista em carreiras e locais de trabalho da Glassdor.com. No entanto, há muitas maneiras de contornar a situação de maneira a você se sair bem. Suponhamos que você receba uma proposta salarial de US$ 100 mil por ano, mas que você pretenda US$ 110 mil, e o empregador diga não. Peça uma bonificação no fim do primeiro ano se você atingir as metas de desempenho, ele diz, ou, dependendo do setor, tente conseguir uma participação acionária na companhia.

Fonte: Estadao.com.br

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