Área de TI tem maiores oportunidades, avalia gerente de estágio da CI; EUA, China e Austrália são destinos mais comuns
Em busca de experiência, desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional, a vivência internacional chama cada vez mais a atenção dos jovens. Em um mundo tão dinâmico e com um mercado de trabalho exigente e competitivo, fazer um estágio no exterior pode ser uma escolha altamente enriquecedora.
Saber como funciona essa modalidade é o primeiro passo para começar a estudar a possibilidade de trabalhar fora do País. De acordo com a gerente de produtos de estágio da CI, empresa que intermedia a colocação profissional no exterior, Gisele Mainardi, muitos jovens não procuram esse tipo de programa simplesmente por falta de conhecimento.
Muitos, também, têm claro na cabeça que o processo seletivo é muito complicado e os custos são elevados demais, mas a realidade não é bem esta. “Com os diversos destinos, e as condições de pagamentos facilitadas, o estágio no exterior é muito mais viável do que se pensa. Além disso, muitos estágios são remunerados, o que dá um boa ajuda ao profissional”, esclarece Gisele.
As áreas e as remunerações
Para encontrar uma vaga de estágio no exterior, o interessado tem a sua disposição diversas ferramentas. Entre elas, ele pode contar com as inúmeras agências de intercâmbio que atuam no Brasil ou mesmo procurar, independentemente, por vagas divulgadas pelas empresas estrangeiras na internet.
Em relação à oferta de vagas, Gisele afirma que a área de Tecnologia da Informação é a com o maior número de oportunidades. Outras áreas também recrutam profissionais, como administração, marketing, engenharia, turismo e hotelaria, mas em menor quantidade. Existe restrição apenas no segmento de saúde, no qual os países não permitem que estagiários estrangeiros se envolvam no tratamento de pacientes.
Falando em remuneração, é preciso ter em mente o seguinte: as empresas que se propõem a contratar um estagiário estrangeiro estão em busca de apenas um tipo de candidato, aquele que tem como objetivo apenas o desenvolvimento da sua carreira. Na prática, isso quer dizer que o candidato não deve estar procurando lazer, nem simplesmente melhorar seu inglês, muito menos enriquecer.
Existem, sim, empresas que remuneram, e as remunerações podem até ser relativamente interessantes, mas é muito complicado se sustentar apenas com o salário do estágio. Gisele observa que, em média, nos Estados Unidos, as remunerações variam entre US$ 7,5 por hora (remuneração mínima) até US$ 15 por hora. Isso vai depender, basicamente, da empresa e da área. A área de TI ainda é a que remunera melhor, na média, e a de administração, por exemplo, já tem salários menores.
Deve-se observar que, para os países liberarem o visto da modalidade estágio internacional, o interessado tem que comprovar que terá condições de se sustentar no país de destino, sem depender exclusivamente do salário do estágio e muito menos deixar transparecer que vai precisar de um segundo emprego para pagar as contas. Mas, de qualquer forma, com os estágios remunerados, a remuneração vai facilitar a vida no exterior.
Posso estudar?
Um dos requisitos que poderão desclassificar o candidato logo de cara é a proficiência na língua de destino. Conforme já pontuado, o aprendizado da língua não está entre os objetivos do estágio internacional, portanto, sem esse conhecimento não será possível participar de nenhum processo. “A pessoa está indo estagiar em outro país para desenvolver sua carreira e não para adquirir conhecimento em uma língua, essa é a lógica das empresas que contratam”, lembra Gisele.
Portanto, já que a lógica é essa, os estrangeiros com visto de estágio internacional não são autorizados a realizar cursos de idiomas. Essa negativa também se estende para os demais cursos, como o de especialização, extensão universitária e cursos em geral. Além de ser ilegal, vale lembrar que a rotina em outros países nem sempre é parecida com o Brasil.
Se por aqui é comum as pessoas trabalharem em período integral e, durante a noite, ainda irem para cursos de línguas ou de pós-graduação, nos Estados Unidos, isso não acontece. Conforme comenta Gisele, é muito raro encontrar oferta de cursos de línguas no período noturno e, durante o dia, o profissional estará trabalhando.
Processo seletivo
Com inglês na ponta da língua e um certo capital para se bancar lá fora, é hora de procurar por vagas. Seja através das agências ou mesmo de forma independente, o processo seletivo das empresas é feito todo à distância. Se uma empresa se interessar pelo currículo, ela fará um contato telefônico para conhecer melhor o candidato. A ligação não garante aprovação, deve ser entendida apenas como uma etapa eliminatória.
Entre os detalhes dos programas de estágio internacional, saiba que, para se candidatar, o interessado precisa ter entre 18 e 32 anos e não necessariamente precisa estar fazendo faculdade. A faixa etária imposta não é exigência das empresas, mas sim do próprio consulado, que entende que pessoas com mais de 32 anos já estão em um momento profissional em que o estágio não é a melhor opção.
Em relação à formação, os programas de estágio internacional têm elementos que se assemelham aos programas de trainee brasileiros. Lá, profissionais recém-formados com certa experiência profissional também podem participar dos programas.
Considere vários países
Conforme avalia Gisele, muitos interessados brasileiros vão em busca de posições exclusivamente nos Estados Unidos. O estágio internacional, no entanto, é uma experiência extremamente enriquecedora e desenvolvê-lo nos EUA ou em outro país não será tão diferente.
Nos EUA, a concorrência é maior. A dica, portanto, é que se a intenção é adquirir experiência na sua área de formação ou mesmo na área de atuação profissional considere viajar para outros países. Entre os destinos mais comuns, com os quais a CI trabalha, estão, em ordem de importância, os EUA, a China, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Os candidatos, por conta própria, ainda podem procurar em diversos outros países.
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