Algumas empresas exigem uma carta de referência dos candidatos no momento da admissão. Situação essa, bastante delicada a meu ver. Existem empresas que simplesmente não fornecem referências.
O que fazer com um candidato que apresenta todas as condições de assumir uma vaga se simplesmente a empresa anterior informa que não dá referências para ninguém? Muitas injustiças já foram cometidas com profissionais qualificados.
"O diretor não aceita admitir o candidato se não tiver a carta e ponto final".
"O diretor não aceita admitir o candidato se não tiver a carta e ponto final".
Agora e se você do RH ouvisse de um candidato na hora da entrevista:
"Sua empresa tem carta de referencia?"
Responderia o quê? Sinceramente heim, não vale desconversar!
"Sua empresa tem carta de referencia?"
Responderia o quê? Sinceramente heim, não vale desconversar!
Certamente você viria com um desses discursos sobre a posição que sua empresa ocupa no mercado, sobre a qualidade de seus produtos, sobre seu crescimento nos últimos anos, sobre a tecnologia de ponta utilizada etc., para mostrar ao candidato o quanto sua empresa tem boas referências.
Certa vez uma candidata na entrevista final, em vias de ser contratada, perguntou a entrevistadora: "Fulana, as pessoas são felizes aqui?". Nem precisa dizer do nó na garganta quando ela foi responder e nem tampouco da dificuldade que teve em responder realmente o que a candidata queria saber. Não se tratava de números, de posição, não era isso que ela queria saber. O que ela queria eram as referências da empresa. Sabe aquela famosa frase que consta nas cartas de referencia, mas que não diz absolutamente nada? "Não há nada que desabone a conduta moral ou profissional de fulano de tal". Então, era isso. Ela queria a verdade...
E sua empresa?
O que poderia falar sobre ela para um candidato que questionasse você?
Há algo que desabone sua conduta?
Ela respeita seus funcionários?
E não estou me referindo aos seus direitos trabalhistas somente, porque estes ela é obrigada a respeitar. Refiro-me ao respeito ao ser humano, às suas dificuldades, às suas incertezas.
Ela reconhece o empenho desses seres humanos no trabalho?
O que poderia falar sobre ela para um candidato que questionasse você?
Há algo que desabone sua conduta?
Ela respeita seus funcionários?
E não estou me referindo aos seus direitos trabalhistas somente, porque estes ela é obrigada a respeitar. Refiro-me ao respeito ao ser humano, às suas dificuldades, às suas incertezas.
Ela reconhece o empenho desses seres humanos no trabalho?
Não estou falando de resultados, de números, mas da força de vontade em fazer as coisas acontecerem quando tudo parece estar contra; da capacidade de encontrar soluções para problemas que aparentemente não têm solução alguma; para ajudar um colega que está em dificuldade por mera solidariedade, mas contribuindo com isso para um ambiente mais amistoso, mais amigável. Sua empresa quer ouvir as pessoas?
Mas ouvir no sentido amplo da palavra e não apenas através de pesquisas de clima que são transformadas em gráficos que depois vão para gavetas enormes. Falo do interesse genuíno em saber o que os seres humanos que fazem a engrenagem de sua empresa funcionar, permitindo com que ela atinja seus objetivos no mercado, tenham realmente a oportunidade de falar, de perguntar alguma coisa sem que com isso se tornem funcionários mal vistos, aqueles que serão a "bola da vez", porque são questionadores.
Mas ouvir no sentido amplo da palavra e não apenas através de pesquisas de clima que são transformadas em gráficos que depois vão para gavetas enormes. Falo do interesse genuíno em saber o que os seres humanos que fazem a engrenagem de sua empresa funcionar, permitindo com que ela atinja seus objetivos no mercado, tenham realmente a oportunidade de falar, de perguntar alguma coisa sem que com isso se tornem funcionários mal vistos, aqueles que serão a "bola da vez", porque são questionadores.
Tudo isso lhe parece uma empresa impossível? Talvez.
Mas acredito que quem trabalha em Recursos Humanos precisam liderar um movimento, ainda que sutil, mesmo que devagar, mas persistente, no sentido de humanizar ou pelo menos tentar tornar mais humanos os processos nas empresas. Mesmo que seja um trabalho de formiga.
Tarefa difícil? Muito. Com certeza! Mas quem falou que trabalhar em RH seria fácil?
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